quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Professor acusado de fazer apologia ao homossexualismo

Hoje, assistindo ao Jornal Hoje, na Rede Globo, uma manchete me deixou de cara. Esperei para ver a reportagem em si, e pude perceber o quão absurda foi essa situação.

Para quem não assistiu à reportagem, vou contar resumidamente. Márcio Barrios, professor de Língua Inglesa em uma escola públida da Brasilândia, estava trabalhando com seus alunos do Ensino Fundamental os verbos no passado. Queria tornar a aula mais interessante e, como a maioria dos bons professores, usou uma música como exemplo do conteúdo. A música escolhida por ele: "I kissed a girl", da Katy Perry.
Depois dessa aula, Márcio foi afastado da escola (isso foi em novembro). Seu contrato não foi renovado para o ano letivo de 2009. O motivo alegado? A música fazia apologia ao homossexualismo.
Apologia ao homossexualismo? Isso existe?

A Secretaria de Educação apoiou a decisão da escola, pois considerou que se tratava de uma apologia do uso de álcool e do homossexualismo.

"Reflete um comportamento inadequado e, portanto, acabou do jeito que acabou" disse José Valente, Secretário de Educação do DF.

Eu até concordo que essa música seja inadequada para adolescentes, por falar em alcoolismo, mas agora falar que faz "apologia ao homossexualismo" é uma estupidez grandissíssima. O senhor José Valente (sobrenome irônico) disse que "reflete um comportamanto inadequado". Inadequado é beber ou inadequado é uma garota beijar outra garota? Se foi isso o que ele quis dizer, inadequado é ele, que não tem vergonha de ser homofóbico em rede nacional.

"Porque eu ia sempre com o cabelo de uma cor diferente. As roupas bem modernas, bem diferentes. Isso causou um impacto sim. Elas nunca falavam na minha frente, mas eu percebia", disse Márcio.

Em minha opinião, está claro que esse professor sofreu discriminação. Creio que este seja um bom momento para demonstrarmos o nosso repúdio a essa situação que poderia - e pode - acontecer com qualquer um de nós.


4 comentários:

A lés de Mim disse...

Realmente... No comments

Anônimo disse...

Sinceramente, querer justificr isso por causa da letra da música é lamentável. principalmente num país onde, até certo tempo, exibia descaradamente "segura o tchan", "boquinha da garrafa", etc. Srá que nenhum desses adolscentes, alunos do cara, tinha ouvido essa música? Quantas veze3s ela nao foi tocada no rádio e as crianças, em casa, no carro, ou no diabo a quatro, ouviram junto aos pais.

Francamente, conheço puquíssimos professores de inglês que não são gays. Não quero rotular - em basoluto -, mas essa foi uma medida preconceituosa sem medida. Imagine os cidadãos quie serão formados nessa escola que expulsou o professor por ser homossexual.

O que gostei é que os meios de comunicação trataram do assunto destacando o preconceito. A matéria chamou a atenção até do povo lá de casa, que é homofóbico, mas não deixou de achar absurdo.

Unknown disse...

Certíssimo está o nosso secretário de Educação, José Valente. O educador tem um papel fundamental na formação do caráter do aluno. E deve ser sensato ao escolher o material a ser utilizado em sala de aula. Sou professor também, e desta mesma cidade onde ele trabalhou(que, aliás, chama-se Brazlândia).
Porém, creio que deva ser dada uma nova chance ao professor, porque errar é humano. E serve de experiência. E não se trata de homofobia, e sim de ética no trabalho.
Torço para que a Educação continue sendo prioridade no DF. É disso que nossa gente precisa realmente para ter um futuro promissor e digno.

A lés de Mim disse...

dá uma saltada no estaminé, temos lá uma lembrança!

beijinhas
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